'O Continente' abre a mais famosa saga da literatura brasileira, 'O tempo e o vento'. A trilogia - formada por 'O Continente', 'O retrato' e 'O arquipélago' - percorre um século e meio da história do Rio Grande do Sul e do Brasil, acompanhando a formação da família Terra Cambará. Num constante ir e vir entre o passado - as Missões, a fundação do povoado de Santa fé - e o tempo de Sobrado sitiado pelas forças federalistas, em 1895, desfilam personagens fascinantes, eternamente vivos na imaginação dos leitores de Erico Verissimo - o enigmático Pedro Missioneiro, a corajosa Ana Terra, o intrépido e sedutor capitão Rodrigo, a tenaz Bibiana.
Erico Verissimo (December 17, 1905 - November 28, 1975) is an important Brazilian writer, who was born in Rio Grande do Sul. His father, Sebastião Veríssimo da Fonseca, heir of a rich family in Cruz Alta, Rio Grande do Sul, met financial ruin during his son's youth. Veríssimo worked in a pharmacy before obtaining a job at Editora Globo, a book publisher, where he translated and released works of writers like Aldous Huxley. During the Second World War, he went to the United States. This period of his life was recorded in some of his books, including: Gato Preto em Campo de Neve ("Black Cat in a Snow Field"), A Volta do Gato Preto ("The Return of the Black Cat"), and História da Literatura Brasileira ("History of Brazilian Literature"), which contains some of his lectures at UCLA. His epic O Tempo e o Vento ("The Time and the Wind'") became one of the great masterpieces of the Brazilian novel, alongside Os Sertões by Euclides da Cunha, and Grande Sertão: Veredas by Guimarães Rosa. Four of Veríssimo's works, Time and the Wind, Night, Mexico, and His Excellency, the Ambassador, were translated into the English language by Linton Lomas Barrett. He was the father of another famous writer of Rio Grande do Sul, Luis Fernando Veríssimo.
Eu tinha todas as expectativas possíveis para esse início de leitura da saga de O tempo e o Vento e todas elas foram, felizmente, alcançadas.
Veríssimo, que teve como meta recontar a história do Rio Grande do Sul desde sua formação, divisão e combates de forma mais criativa e empolgante que havia dos livros escolares, apresenta ao leitor personagens e situações que imperaram na época, desde a catequização dos indígenas à revolução farroupilha e do Prata, marcando, assim, a primeira parte de O Continente com inúmeras guerras, desastres, machismo, mortes e ascensão de líderes que fazem parte da dinastia dos Terra-Cambará que se propaga em todo o romance.
Figuras conhecidas como Ana Terra, Bibiana e o Capitão Rodrigo são o contraste vivo do tempo; enquanto Rodrigo está sempre a busca da batalha, Ana e Bibiana colhem apenas os corpos que elas deixam, expondo, assim, os tempos terríveis de outrora e a crescente necessidade política de anexação de território aliada a um desejo de política mais liberal em relação à Corte no Rio de Janeiro. Desse modo, buscando maior independência, o caminho para a guerra, a fome e a usurpação de terras está aberta, e quem sobreviver contará a história.
Não é cedo para chamar de obra-prima o que há aqui e fico contente em ter muitos outros volumes para seguir acompanhando o desenrolar dos fatos, das injustiças e dos eventos que ocorrem no famoso Sobrado que abre a trama. É um privilégio ler Veríssimo, até agora, impecável.
"Quando publica O Continente, em 1949, Erico Veríssimo já é um escritor consagrado. As primeiras notas do romance que se tornaria O Tempo e o Vento datam de 1941, embora a ideia já lhe tivesse ocorrido em 1939.
Para Erico, os livros escolares não faziam ninguém amar a história do Rio Grande do Sul e de sua gente.
O escritor conclui que descortinar o passado devia ser muito mais interessante do que ficar preso às versões da mitologia oficial.
Portanto, é de um impulso de apaixonar-se pela história de sua terra que nasceu este romance, hoje considerado um dos clássicos da literatura brasileira."
06/05/23 4,5 � Leitura muito empolgante. Gostei muito do enredo, e do contexto histórico e social. A forma simples, mas cuidada do autor imprime uma identidade muito própria à narrativa. As personagens são cativantes e têm muito para nos contar. Uma saga familiar que só agora começou, mas que já me rendi ao seu encanto. Quero muito ler o resto... e lerei com certeza.
Parte 1 Volume 1 - (1745�1836) Leitura conjunta com Ricardo ------------------------------------------------
A trilogia , uma das obras-primas da literatura gaúcha e brasileira, está dividida em sete livros. Pela amostra deste primeiro não devo demorar muito para lê-los a todos.
Érico Veríssimo narra a saga da família Terra-Cambará e dá-nos a conhecer a história das origens da formação do estado do Rio Grande do Sul, marcado por guerras fronteiriças e revoluções sangrentas, e da formação do povo gaúcho. A conquista deste território foi feita inicialmente por aventureiros, a oeste e a sul da região, em busca de planícies férteis e posteriormente por açorianos que se estabeleceram na zona litoral.
Uma grande aula de história. Durante os 150 anos que decorrem nesta obra ocorrem grandes acontecimentos históricos, entre outros:
O romance é narrado na terceira pessoa, com uma linguagem quase lírica e ao mesmo tempo com a utilização da linguagem tradicional do sul. É um símbolo da literatura regionalista juntamente com algumas obras de Jorge Amado e João Guimarães Rosa. Este primeiro volume d� é dividido em sete capítulos sendo que A fonte, Ana Terra e Um certo Capitão Rodrigo, que nos apresentam o início da família Terra-Cambará, podem ser lidos independentemente dos fragmentos d’O sobrado.
No capítulo A fonte é-nos apresentado Pedro Missioneiro � o mameluco através do qual surge toda a família. Érico Veríssimo narra-nos a vida nas missões, as guerras e o genocídio dos índios. É interessante a forma como a cultura religiosa é abordada misturando o misticismo católico com o a consciência mágica dos índios.
No capítulo Ana Terra, o melhor em termos de narrativa, enredo, personagens, estilo, acompanhamos a história sofrida de Ana, uma personagem feminina impressionante e poderosa.
No capítulo Um certo Capitão Rodrigo, é-nos apresentado o gaúcho típico, não só pelos trajes que usa (bombacha, chapéu, facão e lenço encarnado) como pela sua personalidade forte, jeito valente e machista.
“� Buenas e me espalho! Nos pequenos dou de prancha e nos grandes dou de talho!�
Bibiana Terra é uma personagem forte, solitária, generosa e sofrida. Lembra-nos a sua avó Ana Terra. O Capitão Rodrigo desperta-nos os mais variados sentimentos. É um homem audacioso, mulherengo e sempre metido em confusão, mas também é justo, abolicionista e defensor dos mais fracos.
Faltam 6 volumes, há que agendar a leitura do próximo.
Que livro Incrível!! Sensacional....... :) É uma obra que retrata o nascimento do Rio Grande do Sul e a história fascinante dos Terra-Cambará. E no fim fica a saudade de algumas personagens como a Ana Terra e o Rodrigo Cambará... que personagens inesquecíveis... Recomendo a toda a gente, é muito muito bom!!! E ainda faltam mais seis volumes *.*
Cheguei em "O tempo e o vento" um pouco atrasada, considerando que essa é uma leitura de adolescência para muitas pessoas. No meu caso, acho que chegou na hora certa, pois não houve momento na vida em que eu mais me interessasse pelas possibilidades de uma narrativa que acompanhasse uma história do Rio Grande do Sul. Digo "uma" história exatamente pela perspectiva bastante posicionada do livro: nota-se que ela é contada por homens brancos que viveram um determinado período em seu ponto de vista (sejam os personagens ou o autor), e mesmo nos momentos em que a perspectiva das mulheres do livro é a predominante, ela não me parece tão profunda quanto a que acompanhamos junto ao capitão Rodrigo, bastante mais floreada e complexa em termos de construção de personagem. Falando em capitão Rodrigo, eu, que até agora só ouvira falar do romance entre ele e Bibiana, fiquei bastante chocada com a forma como a relação deles é percebida pela maior parte das pessoas (para mim, difícil de romantizar). Bueno, ultrapassados esses pontos que me chamaram bastante a atenção ao decorrer do livro, acho a forma de construção da narrativa em si muito única (especialmente no momento em que esse livro foi escrito), e requer muita atenção de quem lê - o que para mim é um ponto positivo, como um desafio literário, de certa forma. Quanto mais leio autores contemporâneos com suas formas específicas de contar histórias, mais valorizo também grandes romances históricos e épicos e os mergulhos que estes nos proporcionam: livros que não vem e vão, mas que deixam uma marca, tanto no leitor quanto no tempo.
Encerrada a leitura do primeiro volume de o Tempo e o Vento eu afirmo, é a melhor saga épica brasileira que já li até agora. Já sabia que era fodásico, já sabia que o Érico é um dos maiores mestres da nossa literatura, mas véio, lendo com um olhar mais técnico, com olhos de escritor, caramba, a prosa do cara é medonha de boa.
Eu não esperava encontrar uma prosa tão cinematográfica, ágil, com abertura e fechamento de cenas impecáveis, transições temporais bem feitas, um equilíbrio de estrutura narrativa invejável e que mostra os quinze anos de labuta infernal que o Érico gastou na criação dessa obra-prima.
Para quem ainda não conhece a trama, O Tempo e o Vento: O Continente é o primeiro volume de uma trilogia que narra a formação do Rio Grande do sul pelo ponto de vista de personagens interligados pela família dos Terra-Cambará.
O Continente é dividido em pequenas noveletas, como sub-livros dentro do livro. Em O Continente temos quatro histórias, três histórias fechadas mas interligadas por meio dos personagens: "A Fonte", "Ana Terra" e "Um Certo Capitão Rodrigo", e a quarta história, "O Sobrado", é a trama que amarra toda a trilogia, unificando a obra.
É uma obra complexa em sua temática, apesar de leitura super acessível, daquele tipo de narrativa que você tem que ler a próxima página de qualquer jeito, ou seja, mais um livro para recomendar sem medo, todo mundo vai tirar alguma coisa da narrativa. Para quem gosta de escrever, considero leitura mais que obrigatória, as páginas do velho Veríssimo são aulas de escrita, com exemplos de construção de personagem e do que achei mais marcante, o entrelaçamento de monólogos interiores junto com ação e diálogos de uma maneira orgânica. Outra coisa que me chamou atenção é o modo como Érico trabalha com os símbolos da narrativa, especialmente o do Tempo e o do Vento, ressoando nas cenas, hora usando seus sentidos tradicionais, ora subvertendo seus sentidos.
Os temas são universais e super-atuais; a brutalidade e futilidade da guerra, o sofrimento feminino em um mundo patriarcal, a busca pela liberdade de ser, a crueldade imposta pela sociedade ao prender as pessoas em categorias fixas dependendo de sua origem, cultura, cor de pele, etc.
ANOTAÇÕES DURANTE A LEITURA (PODE CONTER SPOILERS)
Tempo e vento símbolos por todo o romance. Personagens se dividem entre personagens de vento, de tempo e de terra.
Pedro mestiço união dos povos, visionário, contador de histórias.
Ana terra, os Terra são os Stark do Érico Veríssimo.
Épico começa como os épicos clássicos, com o contexto do nascimento de um protagonista.
Estrutura impecável alternando presente e passado nos tempos verbais.
Joai caré, personagens são introduzidos pelos seus ancestrais, é uma história de gênese do povo do sul.
Ana Terra guerreira, fortíssima.
Uma aula para escritores, leitura obrigatória.
Símbolo do tempo e o vento por todo o romance.
Tema do aborto com Ana Terra.
Pedro, o pov misterioso, nunca sabemos o que ele pensa, tirando em sua infância e en alguns outros momentos.,ele é quase sempre visto por fora.
Ana transa sentindo a terra, como uma deusa, cena de sexo mitológico com Pedro, forças da natureza se misturando com os personagens, como nas histórias mitológicas de gestação de um herói.
Ana Terra, uma criação maravilhosa, peesonagem feminina completa, bem feita, bem construída, viva.
Pedro fala um português misturado com espanhol e é índio, o novo povo do sul.
Fantástico o desenvolvimento do romance de Ana e Pedro.
Música converteu os índios e pedro usa para converter os terra.
Música é vento também.
Histórias do joão malazarte histórias do negrinho do pastoreio figuras de trapaceiros arquétipo do trapaceiro crítica ao machismo do sul
Histórias são recontadas e novos detalhes aparecem
Personagens com grandes arcos dramáticos bibiana muda demais
O Velho Fandango personagem com a sabedoria do povo do sul
Símbolos interligam pela obra o sobrado a rocca o punhal personagens femininas reencarnam personagens masculinas em casa ressonância
O passado caiu sobre elas como sempre silêncio pesado
Pressentimentos são sempre verdadeiro
Povo marcial do sul, o médico pensa se a guerra atrapalhou a criação de uma cultura.
Trechos em poesia-proseada, ou prosa-poesia, como um épico clássico.
Isolamento no sobrado aumenta a pressão a níveis inimagináveis, lembrei do Iluminado do Stephen King.
Tensão em todas as cenas do livro, guerra fora, guerra entre as pessoas, vida é guerra.
Winter, metanarrativa comenta a trama de Luzia
Carl Winters como a voz do autor dentro do texto, suas cartas são para o leitor.
Carl Winters e o uso da estrutura narrativa espistolar, de cartas.
Preservação de ditados populares
Luzia apesar de sua doença nervosa, representa a nova mulher questionando o machismo
Luzia psicopatia misturada com apreço à cultura européia.
Luisa, a amoralidade da corte.
Dr winter - inverno europeu e o inverno do sul.
O sobrado como símbolo, bibiana quer tomar o sobrado, a história começa com o sobrado
A visão do doutor alemão dando um ponto de vista da civilização européia
Símbolo da roca
Ressonância da história da princesa Moura
Saga épica da formação do povo brasileiro do Sul
Símbolo do Cristo sem nariz
Velho Ricardo Amaral como o Deus do antigo testamento
Adaga sempre presente, no começo, no meio e no fim, com Rodrigo, com Pedro, etc.
Rodrigo rebelde vs Bento , rebeldia contra o antigo coronelismo
Capitão Rodrigo instinto puro
Capitão Rodrigo versão sulista do arquétipo do trapaceiro
Ricardo amaral e rodrigo tambará são sombras um do outro
Capitão Rodrigo e sua ligação com a música, ressonância com o mestiço Pedro do começo da narrativa.
O tempo narrativo vai e volta, presente e passado, em meio das cenas, como o vento.
A terra comendo gente, os personagens fertilizando o futuro Rio Grande do Sul.
Bibiana, Ana Terra reencarnada. Voz carregando a ancestralidade feminina.
Uma das promessas literárias que fiz no inicio do ano foi ler mais clássicos nacionais. Decidi começar por O Tempo e o Vento pois adorei a minissérie da Globo e estava animada para ler o livro também. E, nossa, que arrependimento de não ter lido antes. Estou apaixonada pela história da família Terra Cambará. O livro é muito bem escrito e para quem gosta da história do Rio Grande do Sul, assim como eu, vai amar ainda mais :D Estou louca para ler O Continente, parte 2 e o restante dos livros.
Fiquei encantada de um jeito que só A Casa das Sete Mulheres. Que escrita similar e gostosa, que história! Fiquei besta e me perguntando porque não havia lido antes! Para quem curte história e história de legados familiares é um pratão! E agora é malucar porque há mais 6 partes para ler Oo.
Excelente romance tendo a história do Rio Grande do Sul como pano de fundo. Gostei de todos os personagens, torci por eles, sofri com eles, tomei lado com eles. As conversas entre o Capitão Rodrigo e o Padre Lara são filosóficas e discutem muito bem as questões sociais. Curti cada capítulo e me senti em casa. Para mim, o melhor livro deste ano até agora.
Não sou muito fã de séries, mas quando li o livro "um certo capitão Rodrigo" e descobri que fazia parte do grande romance "O tempo e o vento", e que na verdade não era um livro e sim um capítulo, fiquei encantada. A série "o tempo e o vento" é composta por sete livros, divididos em três partes: O Continente, O Retrato e O Arquipélago, e conta a história da formação do Rio grande do Sul e a formação da família Terra-Cambará. Esse primeiro livro (O continente, vol. 1) é simplesmente belíssimo, e conta a história do Rio Grande do Sul, no período de 1745 a 1895. Os personagens criados por Verissimo são únicos. E adorei o destaque dados as personagens femininas, que são protagonistas em boa parte das histórias. Amei em especial o capítulo 'Ana Terra' e 'Um certo Capitão Rodrigo'. Estou amando ler sobre a história do Rio Grande do Sul (e nem sou gaúcha ;)).A literatura brasileira é linda demais, tão diferente das outras..e como povo também temos muita história. Muito animada para ler o restante dos livros dessa série. Recomendadíssimo:)
WOW! Esse livro é um verdadeiro evento, to impactadissima! Além de personagens cativantes e complexos, o livro ainda me pegou por ter uma trama histórica impecavel. Cap. Rodrigo, na minha opnião, é o homem mais safado mas ao mesmo tempo cativante da literatura brasileira. É horrivel admitir que gostei dele, vai contra meus principios! kkk Não vejo a hora ler os proximos 6 livros, e não sei o que esperar, pois esse já gastou tudo que o senso comum tinha me oferecido sobre O Tempo e o Vento.
Título: O Tempo e O Vento 1 - O Continente 1 Autor: Erico Verissimo Editora: Cia das Letras (2004) Páginas: 416 Minha classificação: ⭐️⭐️⭐️⭐️⭐️
_____________________________________ O Continente vol. 1, o livro que abre a trilogia O Tempo e O Vento (de 7 volumes, publicado pela Companhia das Letras, e à qual estou lendo) além de abrir a famosa saga da formação do Brasil gaúcho, também é um livro de apresentação dos principais personagens, bem como das vias pelas quais alguns dos mais importantes acontecimentos ocorridos desde os primórdios da Vila de Santa Fé. O livro gira em vários flashbacks começando pelo subtítulo O sobrado, e retrocedendo a momentos marcantes anteriores à guerra entre federalistas e republicanos, como as origens de Ana Terra e à chegada do cap Rodrigo Cambará ao povoado, e de como este explosivo militar fundiu junto com Bibiana Terra, as duas famílias que são personagens centrais em toda a trama.
Este volume 1 foi um livro que li ano passado, com intuito de ler os demais. Mas, depois de adquirir o box da Cia das Letras, resolvi tornar a lê-lo, até como uma preparação para os tomos seguintes, e não me arrependi: os detalhes foram melhor digeridos, algumas passagens que talvez tenha lido sem a devida atenção foram absorvidas e... que história linda, que personagens marcantes, bem construídos, e que trama bem entrelaçada, esmiuçada mas dinâmica, tendo como pano de fundo as guerras e revoluções que demarcaram as fronteiras sulinas do Brasil. Adianto que já estou ansioso para seguir a história, que com certeza tomará todo o meu mês de janeiro!
Esse volume inicia a saga do Sul, composta por 7 volumes. Aqui já aparecem os principais personagens: Ana Terra que acaba se tornando a matriarca, seu filho Pedro Terra e sua neta Bibiana que também se transformará numa espécie de pilastra do clã Terra/Cambará. Também é nesse livro que surge o Capitão Rodrigo, guerreiro valente e mulherengo, com quem Bibiana se casa. A história local, suas revoluções, formação cultural, descrição da paisagem tornam a obra um verdadeiro tratado histórico.
É fantástico ler sobre a saga dos Terra, principalmente tendo em conta que o pano de fundo são os acontecimentos principais da formação do Rio Grande do Sul e Brasil. Tem os elementos que me prendem a uma história: aventura, guerra e romance. Além do mais, por contar coisas tão próximas à gente, o livro torna-se de maior relevância ainda.
O Continente é a introdução dos sete volumes da magnu opus de Erico Verissimo. É impressionante como ele escreve seu romance dentro de contextos reais como: Os Sete Povos das Missões; As Guerras Guaraníticas; a Revolução Farroupilha, dentre outros. E junto a isso ele intercala personagens e locais criados por ele, com locais e personagens reais. Nesse primeiro volume nós temos a história da famosa Ana Terra e do Capitão Rodrigo, mescladas à história de Sepé Tiaraju e Bento Gonçalves. A forma como ele apresenta a chegada dos primeiros imigrantes alemães do sul do Brasil também é um relato muito vívido que nos transporta para essa época e essa região do país, com sua história tão rica e fascinante. Leitura indispensável para quem ama a literatura brasileira.
Lendo esse livro, me senti da forma que imagino que um espanhol se sinta ao ler Dom Quixote, ou um argentino ao ler o Martin Fierro, um português ao ler Os Lusíadas, um grego ao ler a Ilíada, et cetera, et cetera, et cetera. Estilisticamente, pouco tem a ver com um épico nacional: é um romance regional modernista e socialmente crítico. O texto alude a mitos e tipos ideais do sul do Brasil, mas também é crítico de suas desigualdades e injustiças. Ainda assim, me reavivou um senso de pertencimento e de raízes muito forte. Sou suspeito, porém: meu nome vem de um dos personagens principais da história. Difícil não ler como parte de meu próprio mito fundador.
Surpreendentemente legal. Às vezes Verissimo se prende a umas descrições desnecessárias, de personagens que não têm ligação direta com a narrativa. Mas, ainda assim, muito bom.
A morte do cap. Rodrigo é extremamente anticlimática, decepcionante.
Sinceramente, a escrita de Érico Veríssimo prende demais, não é detalhista e não é nada cansativa, dá pra ler por horas. Sobre a história em si, já a conhecia, mas ainda sim acho Rodrigo muito romantizado.
Uma verdadeira obra prima esse livro! Me lembra um pouco 100 anos de solidão pela construção em cima de uma família�. Mas Erico tem um estilo completamente distinto e unico. Não consegui parar de ler, e já comecei a ler o proximo da serie.
A escrita do Érico Veríssimo é encantadora, poética e envolvente.
Neste livro, dois personagens se destacaram: Ana Terra e capitão Rodrigo Cambará. Ana Terra por sua força e Rodrigo Cambará por... Bom, por ser Rodrigo Cambará! Tive uma relação de amor e ódio com o capitão, ora eu o adorava e ora eu o detestava. Mas que ele é um personagem marcante isto ele é.
Em alguns momentos do livro o autor diz que a personagem Bibiana é parecia com a Ana Terra, mas não concordo tanto assim pois em muitos momentos eu tive vontade de sacudir e dar uma tapas nesta mulher (eu sei que preciso levar em consideração a época retratada, mas a força que a Ana Terra tinha era bem maior).
Nos capítulos de “O Sobrado� acompanhamos o aperto da família Terra Cambará diante o cerco que enfrentam.
E um dos pontos mais interessante é que com este livro os leitores podem conhecer um pouco da história do Rio Grande do Sul e do Brasil também.
This is one my all-time favourites and surely one of the best books I have ever read.
In O Continente, the first book of Time and Wind trilogy (the first book was translated into English as "Time and Wind, the name of the whole series), Erico Verissimo builds an amazing historical fiction about Rio Grande do Sul - a state of Brazil - formation. While taking us through the decades he gives us characters we quickly grow fond of, wars which will leave scars in the characters and in the reader itself, political disputes and some other events we know History is made of.
Besides that, Verissimo focuses brilliantly on women, the often forgotten characters of History. He shows us their central role in the development of the events and how their presence and strength were indispensable through the ages.
An outstanding historical novel, frequently unknown by non-Brazilian readers.
Primeiro tomo do grande romance definitivo da história do Rio Grande do Sul, o livro é uma aula sobre a formação do estado, da cultura e, principalmente, do povo gaúcho.
Mais que isso, Erico Verissimo destaca, por meio de seus personagens, o tamanho da opressão machista da sociedade, ao ponto de descrever o sofrimento de uma mãe ao ter uma filha "destinada a sofrer, esperar e viver em silêncio". Aqui, infelizmente, não é uma característica somente da cultura gaúcha, mas universal.
O romance não traz apenas as questões de gênero, passa pela indiferença da cúpula do poder às regiões mais periféricas, à discriminação racial e tantas outras questões.
Porém, construção de personagens mulheres tão fortes e intensas e, ao mesmo tempo, tão relegadas à sombra do universo masculino, tem enorme presença no romance.